quarta-feira, 29 de abril de 2009

DE REPENTE O PRANTO FEZ-SE RISO...!


Pois é, depois de um fim e início de semana doente, sentindo os efeitos de uma gastroenterite infecciosa, retorno às postagens aqui no blog, comentando de uma outra doença, esta respiratória: A GRIPE SUÍNA.

O mundo inteiro está assustado com o surto da doença e seus riscos. Assunto de todos os noticiários, programas de TV, imprensa escrita, escolas, residências, enfim, não se fala em outra coisa. E não é pra menos: a doença se alastra pelas regiões afetadas (México, EUA) e é difícil contê-la. Num mundo em que o lema é a GLOBALIZAÇÃO, como "convencer" o vírus influenza causador da doença a ficar isolado?

Medidas de proteção, tais como uso de máscaras, lavagem das mãos com freqüência, monitoramento de pessoas vindas de áreas infectadas e seu isolamento, são tomadas em diversos países no mundo, inclusive no Brasil. Sim, no Brasil. E todos nós ficamos muito traquilos com a eficácia dessas medidas protetivas em nosso país, haja vista as recentes experiências com o surto de Dengue e os resultados eficazes obtidos. (?!) Ah, o governo declarou que se houver epidemia há remédios e leitos separados nos hospitais pra todo mundo. Ufa! ... Isso é sério?

Por isso, nesta manhã de recuperação para mim e para muitas pessoas também, a melhor receita é o RISO. RIR É SEMPRE O MELHOR REMÉDIO. É verdade! Inúmeros estudos de Universidades Americanas e Brasileiras (Universidade de Wisconsin, Maryland e Unicamp, por exemplo) comprovam que ser bem-humorado significa perceber que a maior parte das situações que vivemos não é nem muito importante, nem muito séria, nem muito grave. Rir oxigena o sangue e faz pensar melhor. Quem é mais triste apresenta uma atividade maior na parte frontal direita do córtex cerebral. Isso mexe com os neurotransmissores, as substâncias produzidas e liberadas ali, e reduz a produção de células de defesa do organismo. Assim, o bom humor é uma forma descontraída de prevenir gripes e resfriados. (...) Huuuuummmm...

... Opa! Seria essa a solução? :)


Bom, como adoro a transformação de sofrimento em arte, achei que a charge acima, de autoria de Amarildo, feita originalmente para A Gazeta, poderia ser um bom início de tratamento. Decidi, então, compartilhá-la com vocês. Espero que gostem. Até! :)

ENQUANTO ISSO...

Charge de autoria de Frank, para o A Notícia.

Só rindo mesmo... VIVA A NOSSA RECUPERAÇÃO! :)

Sabe que até me deu pena do Rex?

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Inauguração do blog comestível!

Fico muito feliz por inaugurar este blog numa data tão especial como esta, Dia Mundial do Livro! O livro que tem, aproximadamente, seis mil anos de história para ser contada e que foi, historicamente, o maior instrumento de difusão do conhecimento.

É o dia em que comemoramos a palavra e todo o seu poder. E minha maneira de comemorá-lo foi criar este blog, no qual dividirei com vocês minhas impressões do mundo e da arte. Deu vontade, escrevo aqui. Que bom, né? Estar sempre proseando...

O blog não deixa de ser um livro, mas construído no ambiente virtual, no qual publicamos histórias, imagens, idéias. E eu espero conseguir tornar este em especial capaz de prender sua atenção e motivá-lo, quem sabe, a escrever também.

Escrever liberta a alma e alimenta. Liberta a minha alma e me alimenta. Isso me faz lembrar uma passagem do livro A Reforma da Natureza, de Monteiro Lobato, no qual a personagem Emília tem uma idéia genial a respeito da feitura dos livros: torná-lo comestível. Em cada página, um sabor diferente... assim, segundo a boneca mais falante que existe, "o livro pode ter entrada em todas as casas, seja dos sábios, seja dos analfabetos." Que delícia!

Viva a Emília!
Viva ao livro!
E viva a este blog também! Que a cada dia seu sabor seja inesquecível...





Segue o trecho do livro A Reforma da Natureza, no qual Emília expressa sua idéia brilhante...



“– [...] Que acha que devemos fazer para a reforma dos livros?

A Rãzinha pensou, pensou e não se lembrou de nada.

- Não sei. Parecem-me bem como estão.

- Pois eu tenho uma idéia muito boa – disse Emília. – Fazer o livro comestível.

- Que história é essa?

- Muito simples. Em vez de impressos em papel de madeira, que só é comestível para o caruncho, eu farei os livros impressos em um papel fabricado de trigo e muito bem temperado. A tinta será estudada pelos químicos – uma tinta que não faça mal para o estômago. O leitor vai lendo o livro e comendo as folhas; lê uma, rasga-a e come. Quando chega ao fim da leitura, está almoçado ou jantado. Que tal?

A rãzinha gostou tanto da idéia que até lambeu os beiços.

- Ótimo, Emília! Isto é mais que uma idéia-mãe. E cada capítulo do livro será feito com papel de um certo gosto. As primeiras páginas terão gosto de sopa; as seguintes terão gosto de salada, de assado, de arroz, de tutu de feijão com torresmos. As últimas serão as da sobremesa – gosto de manjar-branco, de pudim de laranja, de doce de batata.

- E as folhas do índice – disse Emília – terão gosto de café, serão o cafezinho final do leitor. Dizem que o livro é o pão do espírito. Por que não ser também pão do corpo? As vantagens seriam imensas. Poderiam ser vendidos nas padarias e confeitarias, ou entregues de manhã pelas carrocinhas, juntamente com o pão e o leite.

- Nem precisaria mais pão, Emília! O velho pão viraria livro. O Livro-Pão, o Pão-Livro! Quem souber ler lê o livro e depois come; quem não souber ler come-o só, sem ler. Desse modo o livro pode ter entrada em todas as casas, seja dos sábios, seja dos analfabetos. Otimíssima idéia, Emília!

- Sim – disse esta muito satisfeita com o entusiasmo da Rã. – Porque, afinal de contas, isso de fazer os livros só comíveis para o caruncho é bobagem – podemos fazê-los comestíveis para nós também.

- E quem essa idéia a você, Emília?

- Foi o raciocínio. O livro existe para ser lido, não é? Mas depois que o lemos e ficamos com toda a história na cabeça, o livro se torna uma inutilidade na casa. Ora, tornando-se comestível, diminuímos uma inutilidade.

- E quando a gente quiser reler um livro?

- Compra outro, do mesmo modo que compramos outro pão todos os dias.

A idéia, depois de discutida em todos os seus aspectos, foi aprovada, e Emília reformou toda a biblioteca de Dona Benta. Fez um papel gostosíssimo e de muito fácil digestão, com sabor e cheiro bastante variados, de modo que todos os paladares se satisfizessem. Só não reformou os dicionários e outros livros de consulta. Emília pensava em tudo.” (p.37-38).



(Fonte: LOBATO, Monteiro. A reforma da natureza. São Paulo: Globo, 2008. 72p)