quarta-feira, 13 de maio de 2009

Vou embora para Guernsey!

Soube deste livro através de uma ex aluna, hoje querida amiga, que em seu blog “Ideias e Livros” atiçou minha curiosidade, comentando de seu texto fascinante. Gostei do título: A SOCIEDADE LITERARIA E A TORTA DE CASCA DE BATATA. Achei “diferente”, “interessante”. O que teria uma sociedade literária a ver com uma torta de casca de batata? Fiquei curiosa...

Então, o que fiz? Comprei o livro! Na pior das hipóteses, provavelmente conseguiria a receita de uma torta deliciosa...

Foi uma das melhores decisões que tomei neste ano. Escrito por Mary Ann Shaffer e Annie Barrows, tia e sobrinha respectivamente, e publicado pela editora Rocco em 2009, o livro conta a história de Juliet Ashton, uma escritora em busca de um tema para seu próximo livro. Ela acaba encontrando-o na carta de um desconhecido de Guernsey (uma ilha britânica no Canal da Mancha ocupada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial) que entra em contato com a escritora para fazer uma consulta bibliográfica. Tem início aí uma intensa troca de cartas, a partir da qual Juliet toma conhecimento da criação de um clube de leitura, formado pelo desconhecido e seus amigos durante e por causa da guerra. Os hábitos da ilha, o impacto da guerra e a importância da literatura na vida dos moradores locais, assuntos das cartas trocadas, fascinam a escritora.

A história de Guernsey e de seu período como um território ocupado pelos nazistas é contada pelos próprios moradores da ilha, o que nos faz compreender melhor as suas realidades. Dawsey, Isola, Amelia, Eli, Ebben, Sidney, Sophie, Kit e Elizabeth... Quantas histórias! A narrativa por cartas (romance epistolar) nos deixa profundamente íntimos de cada personagem. Quis ter estado em Guernsey com eles, não pela ocupação, mas pelas reuniões da Sociedade Literária. Queria ter conhecido aquelas pessoas, falado dos livros que gosto, provado a torta de casca de batata feita por Will Thisbee para os encontros; desejei ter brincado com Kit, ganhar uma escultura de madeira feita por Eli e até ter provado os elixires de Isola! Queria ter feito parte da história. Seriam todos grandes amigos, tenho certeza. Agora tenho saudades...

Ainda sinto o livro ecoando dentro de mim. Uma história fascinante, sensível, com senso de humor apesar do tema controverso, bem escrita, contada por pessoas que passaram a amar os livros, seu refúgio em momentos difíceis na guerra. Livros que se tornaram pão do espírito. Livros que uniram pessoas.

Por isso tudo, não poderia deixar de comentar sobre este texto e recomendá-lo a vocês. Vale a pena! Já não sou a mesma depois que o li. Quero ir para Guernsey!