terça-feira, 11 de agosto de 2009

"Resistência - A história de uma mulher que desafiou Hitler", de Agnès Humbert

"As mulheres sempre perdem a guerra. Não a querem, mas a perdem. Perdem quando estão no caminho dos exércitos e se tornam botim. Perdem quando batalham em silêncio nas cidades esvaziadas dos seus homens, para manter sólida a retarguada e conservar a ordem do país. Perdem quando recebem seus homens num caixão ou quando eles voltam com o equilíbrio despedaçado [...]. O livro de Agnès, entretanto, consegue não ser um livro de perdas. Eu diria até que é um livro de conquistas. Quando se é obrigada a passar seis semanas sem trocar a roupa íntima, proibida de lavá-la e praticamente sem lavar-se, quando os piolhos infestam a cabeça e a fome devora o estômago, manter a dignidade é uma conquista diária" (Marina Colasanti)


Comprei este livro por seu título instigador.
Quem teria sido essa mulher com tamanha força e coragem para desafiar esta personalidade constatadamente sanguinária, violenta? Acho que me identifiquei um pouco com o título da história, talvez tenha me reconhecido um pouco nesse ato de resistir, de questionar e, por isso, decidi ler sua história. Achei que valeria a pena lê-la.
Mistura de diário pessoal e relato histórico, Resistência - A história de uma mulher que desafiou Hitler, de Agnès Humbert, mostra a derrocada da França diante do Nazismo, a ocupação de Paris e a atuação de Agnès no movimento de resistência a Hitler e suas idéias. Uma história densa, triste em alguns momentos, mas retrato verídico de uma época histórica que merece ser lembrada como exemplo do que NÃO se deve repetir. Uma narrativa feminina, sensível, e-m-o-c-i-o-n-a-n-t-e!
A precisão do relato da autora, que manteve um diário pessoal durante o início da ocupação de Paris pelas tropas nazistas, surpreende. Como milhões de franceses, Agnès conheceu o êxodo, o colapso de sua França, a prostração de seu povo, a tortura e a humilhação, mas não se deixou abater. Enquanto pode, junto com um grupo de amigos, redigiu e divulgou idéias revolucionárias contra Hitler no jornal Resistência, sempre movida pela esperança de que aquela realidade pudesse ser modificada.
Quando descoberta, foi presa e condenada a uma prisão feminina de trabalhos forçados. Ali conheceu, em suas próprias palavras, "um drama atrás do outro". Mas, figura feminina forte que era, sempre conseguiu ver beleza nas situações pelas quais passava. Tinha olhos de artista... No trajeto para o trabalho, por exemplo, conseguia perceber a beleza da arquitetura local, a beleza das flores... Fazia uma descrição exemplar, analisava. Como alguém conseguia encontrar beleza num momento tão desprezível? Como leitora, me questionei sobre isso. Descobri que a beleza estava dentro de Agnès, impossível não percebê-la.
Durante quatro anos, a autora ficou presa. Quatro anos relatados com muito sentimento. Me impressionou. Principalmente porque se trata de uma mulher, figura historicamente marcada pela submissão, pela ausência de direitos, pela fragilidade, embora, felizmente, os tempos tenham mudado e a realidade atual seja outra.
Que bom que existem mulheres assim! Um livro que merece ser lido!

3 comentários:

  1. Esse livro está na minha estante, esperando para ser devorado! Tenho certeza que vou amar!

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  2. Deve ser mesmo um livro mto bom , já anotei. 1001Bjxxx

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